Meu pai talvez tenha sido meu melhor amigo. Talvez, não. Foi o melhor, sem dúvida!
Aliás, sempre fui muito mais apegado ao meu pai. Conversávamos, ele me ouvia. Mais ouvia do que falava. Mas dizia tudo. Ou melhor, eu compreendia o que ele pensava. Era prudente, mas determinado. Foi de uma época em que foram criados para ser homens. Com seriedade, honestidade, lealdade e humildade. A familia era fundamental. Trabalho e familia.
Naquele tempo não havia Internet, TV a cabo, Blogs. Naquele tempo as pessoas se comunicavam verbalmente ou através de cartas. Tenho algumas cartas dele. Quando encontro uma me emociono, de ver aquela letrinha, que foi ficando meio trêmula com o tempo. Se preocupava com a gente, com nosso bem estar. Mas não era de demonstrar suas emoções. Só o vi chorar uma vez. Quando nos despedimos para uma mudança para Fortaleza. Já estava idoso e talvez pressentisse que as oportunidades de encontros fossem diminuir.
Quando ele morreu, procurei em vão, em sua escrivania, alguma coisa mais, escrita para mim, alguma palavra, uma mensagem. Nada! Talvez ele imaginasse que o seu exemplo bastasse. E bastava!
Hoje temos e-mails, skype, messenger, blogs. Inúmeras maneiras de deixar escrito alguma coisa aos nossos filhos, que sempre achamos que precisam de nossa orientação. Pretensão de pais.
Nesse Dia dos Pais, só digo uma coisa. Guardem os e-mails, os escritos de seus pais. Terão a chance de recordar quando eles se forem. Seus pensamentos, experiências, sua época, tudo estará ali retratado.
Eu procurei e não encontrei. Ficaram poucas coisas escritas por meu pai.
Saturday, August 12, 2006
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1 comment:
Eu vou ter um blog inteiro de recordacao do meu pai! E espero que novas formas de recordacoes modernas se multipliquem nos proximos anos para ficarem guardadas - nem que seja virtualmente.
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